#365Posts – A falácia do “vício” em Internet

Desde que o Google Reader abotoou o paletó que praticamente não leio mais meus feeds. Entretanto, hoje à noite li alguns posts atrasados, e fui lembrado pelo Tecnocracia que completou-se o ano offline do jornalista Paul Miller (Um ano sem Internet).

O assunto me interessa, porque canso de ouvir pessoas próximas dizerem que eu sou “viciado” em Internet e tecnologia. Eu fico meio puto com essa categoria de colocação, porque — no meu caso, como no do jornalista — não se trata de vício, e sim de usar a Internet como ferramenta de trabalho.

Ora, ao pensar em um “viciado” eu visualizo um pária, alguém incapaz de viver em sociedade, de ganhar a vida honestamente. O meu “vício” é o trabalho que desempenho com satisfação e competência, que me rende dinheiro para todas as minhas necessidades, das mais básicas às mais supérfluas.

O que o Paul Miller levou um ano para sacar eu já sei há anos: a Internet é uma ferramenta que facilita a vida das pessoas, de uma maneira como nem sequer sonhávamos há vinte anos. É bom viver no futuro.

É claro que é um erro pensar que todas as pessoas têm as mesmas necessidades que a gente, que todo mundo usa Internet da mesma maneira.

Em outras palavras, eu sei que muita gente só usa Internet para fofocar no Feice, para xingar muito no Twitter ou para ver pornografia no Tumblr. Mas existe uma quantidade infindável de pessoas que usam a Internet para agilizar suas atividades profissionais, seja enviando emails em vez de imprimir e envelopar cartas, seja efetuando operações financeiras sem precisar ir à agência bancária.

E essas pessoas que usam a desculpa da Internet para não fazer o que (talvez pensem que) deveriam usariam qualquer outra coisa para não ter que assumir que se deixam de fazer algo é só porque não querem.

E aos amigos que me consideram “viciado” apenas porque escolhi fazer um trabalho que implica estar online o tempo todo, me respondam se vocês mesmos, se pudessem escolher ter um trabalho que fosse 100% prazer (mesmo nos momentos mais difíceis), também não seriam viciados nele.

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