#365Posts — Aula de Negociação: “Então Cancela esta M…”
Uma das coisas mais absurdas e incoerentes, na minha opinião, é a necessidade de “negociar” que a vida em sociedade nos impõe.
Isso porque a negociação implica sempre uma mentira, razão pela qual se torna abjeta. Senão, vejamos:
- A negociação existe para que duas partes em desacordo cheguem a um comum acordo.
- Invariavelmente ambas as partes começam do pressuposto que o outro está mentindo, e aí já mentem impondo condições falsas ou sabidamente espúrias como se fossem definitivas.
- No decorrer da negociação a verdade acaba aflorando, e ambos os mentirosos se desculpam e relevam as mentiras um do outro porque assim é que suas mentiras também serão relevadas.
Eu, pessoalmente, não tenho estômago para esse tipo de coisa.
Minhas técnicas de negociação (que já estão bem mais apuradas, antigamente elas eram bem toscas) consistem em poucos conceitos fundamentais:
- Se eu quero comprar e o outro quer vender, pergunto o preço; se eu puder pagar bem, se não puder amém.
É isso.
O problema é que as empresas dificultam muito o processo de compra. A começar pelos preços, com ridículos 99 centavos para tentar iludir o consumidor.
E na prestação de serviço tem uma miríade de combinações de se pode isso não pode aquilo, se usar tal coisa está incluso no preço mas se usar não sei que lá tem que pagar a mais, a não ser que tenha o serviço adicional tal que custa não sei quanto mas…
Pra mim não dá, simples assim.
É por isso que quando o vendedor ou prestador de serviço abandona a clareza eu enfureço porque sinto que ele está tentando me enganar, e prefiro desistir da compra a fazer (ainda mais) papel de otário, e é por isso a máxima “então cancela esta merda”.