#365Posts – A difícil arte de perdoar

Como meus mais chegados já sabem, tenho por missão (autoimposta) nessa vida perdoar tudo e todos. Se você não entende o porquê, lamento, mas não tenho paciência para explicar, no máximo posso sugerir que pesquise no Google por “Um Curso Em Milagres”.

Cada manhã, quando acordo, renovo os votos de que até o momento de recolher-me novamente para o descanso perdoarei tudo e todos, tanto quanto eu conseguir.

Todavia parece que o mundo produz maravilhas para botar esta decisão em xeque o tempo inteiro!

Só hoje devo ter dito umas cento e cinquenta vezes que perdoar assassinos, estupradores, serial killers, e outros “monstros” humanos é fácil.

Difícil mesmo é perdoar aquele vizinho que estaciona usando duas vagas na garagem do prédio, que tem o número exato de vagas para o número de apartamentos no condomínio.

Difícil é perdoar quem fica falando merda a respeito de maus tratos aos animais, mas não se furta de usar xampu, pasta de dente e sabonete (vai ver nunca ouviram falar de vivissecação de animais, prática comum na indústria dos cosméticos), ou mesmo de usar celulares, computadores, e outros eletrônicos, que também têm componentes que passam por testes em animais em seu processo produtivo.

Difícil é perdoar aquela pessoa chata que fica te marcando o tempo todo no Facebook, em publicações merda e fora de seu interesse, e quando você reclama da encheção de saco ficam ofendidas.

Difícil é perdoar aquela pessoa que ouve tunts-tunts em volume extremo, provavelmente para compensar o silêncio absurdo das ideias em sua mente atrofiada.

Difícil, praticamente impossível, é perdoar quem desliga o ar condicionado do cinema no meio do filme, e os espectadores só se dão conta quando já estão cozinhando, tal qual a parábola do sapo na panela.

Dificílimo é perdoar quem acha que o fato do PlayStation 4 no Brasil custar quatro mil Reais é um problema social gravíssimo.

E nesse ritmo, vou garantindo mesmo sem querer (ou supondo que não quero) a permanência neste mundo escroto, tendo como único alento que na próxima encarnação não vou lembrar de nada disso, o que permite ter um pingo de esperança de que as coisas possam melhorar (mas eu sei que não vão).

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