#365Posts – A ocasião faz o ladrão
Uma coisa que me assusta um pouco, de vez em quando, é a quantidade de otários implorando por um malandro que os explore. São muitos exemplos, mas vou destacar três.
Índice de Tópicos
“Fieis” em busca de gurus e líderes espirituais
Nem há muito o que comentar sobre isso, uma vez que — para quem não sofre da mesma carência que eles — fica evidente o fato de que essa gente precisa tirar de si, da sua família, dos seus filhos, para dar a um filho da puta qualquer que em troca oferece o céu.
Desesperados para “ganhar dinheiro fácil”
Chapéu de otário é marreta.
Dito popular
Essa é outra categoria de gente que em sua ânsia por encher os bolsos não consegue raciocinar por dois minutos e desconfiar de qualquer oferta mirabolante. Até mesmo os golpes mais evidentes, propostas “comerciais” sem nenhuma sustentação lógica atraem milhares de otários como moscas se atraem pela merda.
Viciados em remédios controlados ou proibidos
Tenho um blog de emagrecimento, e a despeito dos avisos nos posts de que não vendemos nenhum tipo de medicamento, são vários emails por dia no formulário de contato, de gente querendo comprar sibutramina, fluoxetina, e outros remédios controlados.
É difícil não culpabilizar a vítima
Para todos os otários que procuram estes (e outros) embustes, e que têm o destino de cruzar com salafrários desprovidos de senso ético, o destino é sempre o mesmo: tomar um golpe e depois ficar reclamando que perdeu o dinheiro que não tinha, que tirou dos filhos para “investir” e tomou no fiofó, e posando de vítima.
Mas para quem tem um pouco menos de firmeza de caráter, é difícil não querer inventar um site para vender abortivos proibidos, pegar o dinheiro dos trouxas e entregar buchas de jornal, ou — sei lá, algo bem absurdo — enfeites natalinos.
A tentação de tirar vantagem da ignorância (ou qualquer outra fraqueza) alheia é diretamente proporcional ao tamanho da burrice do indivíduo. Se além de burro ele for mau caráter (pleonasmo, eu sei), então ele vai sucumbir, e vai acabar explorando mesmo.
Por outro lado, há um fator de as vítimas serem potencialmente tão burras e maus caráteres quanto seus algozes, e só permitem qualquer covardia porque automaticamente “pré-desculpam” os pilantras, porque dada a identificação elas se sentem como se estivessem sendo desculpadas e validadas em sua própria pilantragem. O sistema se retroalimenta, e como parece que a produção de otários é incessante, o circuito também se torna com tendências a ser infinito.
Em tempo: quem achou que em vez de um mascarado a foto deveria ter um jegue roubando um Macbook bota o dedo aqui:
