Lula Já: porque o Brasil precisa de esperança

VINTE E OITO PESSOAS desfizeram amizade comigo depois que explicitei meu apoio à candidatura de Lula à presidência do Brasil em 2022. Sei porque uso um complemento de navegador (o Social Fixer) que, entre outros mimos, rastreia as mudanças em minha lista de amigos.

Essa conta certamente não inclui aquelas que não chegam a desfazer amizade, mas ficam horrorizadas pelo fato de eu ser favorável ao único candidato que realmente tem o potencial de devolver um pouco da civilidade perdida ao Brasil.

Fico feliz que essas pessoas vão-se embora pelo menos das minhas redes sociais. Por mais que se digam contrárias à pulsão de morte disfarçada de política, são simpáticas a tudo isso que está aí.

São pessoas que se pudessem meteriam bala em mim, porque — por exemplo — defendo a gratuidade do ensino público de qualidade, disponível e ao alcance de todos os cidadãos. Quem estudou em faculdade pública sabe que o que menos tem lá é gente pobre, já que praticamente só ricos dão conta de pagar cursinho para se saírem melhor no vestibular, e para estudar em tempo integral sem precisar trabalhar, contando com a família para sustentar.

São pessoas que desprezam pobres nos aeroportos, nos cinemas e centros de compra, que acham um absurdo que “qualquer um” pudesse comprar um carro, um iPhone, ou desfrutar de privilégios que deveriam ser apenas direitos fundamentais como comida no prato.

Se houver mais alguém “amigo/a” julgando que estou muito errado por apoiar a candidatura de Lula, é favor desfazer a amizade, no Facebook e na vida.

Da mesma forma, troquei minha foto de perfil anterior (que dizia “fora oxiúro assassino do cu entupido”), porque de agora até a posse de um novo presidente, exceto se eu morrer antes, não vou repercutir uma linha sobre esse desgraçado.

Quem quiser “denunciar” os disparates que fique à vontade, mas sabendo que cada vez que cita o nome de quem odeia, a pessoa está reforçando o nome da criatura no imaginário. Não vou ser cúmplice disso.

Posicionar-se é preciso. E fingir neutralidade é posicionar-se também: a favor do mal encarnado a quem legitimamente entregaram o comando do país.

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