Por que todo mundo deveria ter um blog
Sei que sou um tanto ultrapassado no que diz respeito a criação e publicação de conteúdo na Internet: tenho horror de podcasts e outros formatos que não privilegiem a palavra escrita, não suporto as “dancinhas” que se tornaram cada vez mais populares nos últimos anos, mas principalmente não admito não ser dono do meu próprio conteúdo.
O que mais se vê, principalmente no Facebook (que é a rede social que mais frequento) são pessoas reclamando que seus conteúdos não chegam mais a lugar algum, que o alcance caiu, que se sentem censuradas pela rede. E eu sempre me pergunto onde está a novidade, haja vista a ideia óbvia de que se alguma coisa é oferecida de graça é porque o produto, na verdade, é o consumidor desta coisa.
Facebook, tanto quanto outras redes, só existe por um motivo: para encher as burras dos seus acionistas. Ninguém investe milhões ou bilhões de Reais em estrutura para que um boçal qualquer, tipo eu, ou tipo essa gente que reclama que os posts perderam alcance, ganhe projeção, dinheiro, ou o que for. O objetivo da rede é o lucro, e os famigerados algoritmos existem para maximizar o resultado financeiro da empresa.
Além disso, o conteúdo nas redes sociais (em todas) é efêmero demais. Se o seu “público alvo” não vir uma determinada publicação no intervalo minúsculo de vida que o algoritmo designa a ela, então acabou: o conteúdo não será visto.
“Ah, mas dá para manipular o algoritmo, sabendo usar a copy correta dá pra ter muita visualização.”
Sim, dá. Mas esse tipo de “manipulação” não funciona com qualquer conteúdo — muito menos para o conteúdo de alto nível que as pessoas reclamam que perdeu alcance (nunca teve, mas deixa pra lá).
Se a efemeridade do conteúdo e a falta de controle sobre quem vai visualizá-lo (ou, em outras palavras, a incerteza de que sequer o conteúdo será visualizado) já não fossem suficientes, por si só, para justificar que todo conteúdo produzido esteja disponível fora da rede social, existe um outro complicador, um agonista da efemeridade: por mais que os usuários tentem fazer buscas nas redes sociais, o resultado entregue é ridículo, raramente tem alguma utilidade.
Traga seu público para você
A justificativa das pessoas para produzirem conteúdo nas redes sociais é a de “ir aonde o público está.”
Até concordo com esse argumento, apesar de não conseguir impedir que meus olhos involuntariamente revolvam nas órbitas porque contar com a rede social (qualquer uma) para entregar o conteúdo ao público é de uma preguiça extrema!
Em vez de publicar só na rede social, o certo a se fazer é ter um canal de publicação permanente, indexável, pesquisável, e usar a rede social para atrair as pessoas para ele.
“Ah, mas se botar link o alcance despenca.”
Eu sei. Mas também ninguém aqui falou em botar links nos posts (eu boto). Use a velha tática do “link no primeiro comentário,” por exemplo.
Mas muito mais importante é criar um canal de divulgação que vá direto no celular da pessoa que consome o seu conteúdo. E nada mais próximo das pessoas que WhatsApp e Telegram.
Crie grupos nessas plataformas, e sugira às pessoas que se inscrevam. Ensine-as a inscrever-se nesses grupos. E quando tiver conteúdo novo para publicar, envie uma mensagem para o grupo. Pronto, todo mundo vai receber o seu conteúdo.
Ou então pague para “impulsionar” seu conteúdo. Torre grana desnecessariamente, pague para continuar sendo refém de uma ferramenta que existe para te usar e te extrair tudo o que puder. Faça o que quiser, mas por favor: chega de burrice, né?