Um Novo Tempo Para o Blogue do Janio
Já perdi a conta de há quanto tempo tenho blogs. Devo estar beirando os vinte anos produzindo conteúdo para a Internet. Graças aos blogs conheci pessoas muito importante na minha vida, que permanecem, ganhei dinheiro, desfrutei de alguns eventos, aprendi muito (mesmo), e acima de tudo: eu me diverti pra caramba!
Os blogs, em sua essência, eram os primeiros murais da internet, onde os indivíduos podiam compartilhar pensamentos, opiniões e narrativas. Antes da ascensão das redes sociais e dos conteúdos efêmeros, um blog era como um espaço pessoal na vasta web, um local onde o autor podia se expressar sem filtros ou limitações de caracteres. Era um território digital autônomo, onde cada artigo representava uma reflexão ponderada ou um ponto de vista detalhado, longe do ruído e da agitação das plataformas mais recentes.
Esse blog aqui já mudou tanto que rendeu vários outros blogs: pela absoluta falta de foco (ou de “nicho”) aqui, sempre que um determinado assunto começava a render um pouco mais, logo um outro blog nascia, mais especializado no tema da vez.
Da mesma forma, muito conteúdo daqui perdeu totalmente a sua razão de existir, e foi apagado sumariamente porque este é o Blogue do Janio, e se eu não me reconheço mais em um conteúdo que escrevi, então este conteúdo não tem por que estar aqui. E ainda há um bocado de coisa para remover daqui.
Com o advento das redes sociais os blogs perderam relevância. Com o advento da Internet barata e acessível para todos o texto escrito, de maneira geral, perdeu o seu apelo, já que as pessoas preferem conteúdo em vídeo (para elas poderem consumir em velocidade 2x, de preferência com “dicas” sobre o momento em que elas devem achar algo engraçado).

E o blog que já estava morto com a chegada do agora morto Twitter — quem diria que o Twitter morreria? — morreu de novo, e de novo. E mesmo morto o blog passa bem.
Embora não seja algo para todo mundo, sei de gente que vive dos textos que escreve em plataformas remuneradas como o Medium. Eu mesmo até consumo conteúdo de lá, embora eu me recuse a pagar a mensalidade que gera o faturamento destas pessoas. E existem outras plataformas de conteúdo que são focadas especificamente no formato de newsletter, que consistem num mecanismo muito simples:
- O leitor inscreve seu endereço de email para receber o conteúdo do seu autor sempre que este publicar algo.
- A plataforma recebe o conteúdo, publica na web (o que é opcional), e dispara um email para todos os inscritos, para que possam consumir o conteúdo que pediram.
- Não tem 3.
Cheguei a cogitar em transferir meu conteúdo para uma plataforma destas, mas acabei desistindo porque por menos relevante que um blog possa ser hoje em dia, ainda é a melhor maneira de alguém publicar crônicas e conteúdo de consumo rápido na Internet — livros e outros formatos de conteúdo provavelmente vão ficar melhor servidos em outras plataformas.
E então resolvi converter meu velho e surrado blog em uma newsletter de periodicidade totalmente aleatória, sem anúncios, sem nada que não seja exclusivamente meus textos para quem quiser ler. Na minha plataforma. No meu domínio. Sob meu controle. E, para o leitor, de forma totalmente gratuita, como nos tempos da Internet raiz.
O quanto esta fase vai durar? Nem imagino. Mas por hoje o Blogue do Janio está vivo, até morrer de novo. E, adivinhem: quando isso acontecer ele vai renascer outra vez. Porque é assim que somos, esse blog, eu, e tudo o que faço: nós renascemos das próprias cinzas, mais bonitos, mais espertos, mais fortes e mais modestos.
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