Você quer engajamento ou quer conversar?

Estava dando uma vista d’olhos no Mastodon e encontrei uma reflexão interessante: no Mastodon, há pouco engajamento em comparação com outras plataformas, porque as pessoas preferem ter conversas ao invés de apenas se engajar. O que gera engajamento são reclamações, resmungos e, em casos extremos, discursos de ódio.

Em plataformas maiores, onde o engajamento é o foco principal, muitas vezes vemos um ciclo tóxico. Algoritmos são projetados para destacar postagens que geram mais interações, o que leva as pessoas a adotar posturas mais extremas ou promover controvérsias apenas para conseguir essas interações. Isso não significa que todas as postagens populares sejam negativas, mas há um padrão claro de recompensar o sensacionalismo em detrimento de conversas genuínas.

No Mastodon, a vibe é diferente. A plataforma é descentralizada, sem a pressão de publicidade ou de satisfazer acionistas. Sem o mesmo nível de pressão para “viralizar”, os usuários podem se concentrar no que realmente importa: conectar e compartilhar. Parece que, ali, o objetivo é criar comunidades mais próximas e amigáveis, onde a qualidade da conversa supera a quantidade de curtidas ou compartilhamentos.

Isso nos leva a uma pergunta crucial: o que você realmente deseja das redes sociais? Se você está procurando por um espaço onde possa ter discussões significativas, talvez seja hora de reconsiderar onde investe seu tempo. No entanto, se você está buscando reconhecimento e validação através de números, talvez as plataformas tradicionais ainda sejam o seu lugar. Da mesma forma, se você utiliza as redes sociais para promover seus produtos ou serviços (pagando ou não para isso), o Mastodon também não parece ser a melhor opção.

Deve-se levar em conta que por trás de cada “curtida” ou compartilhamento existe uma pessoa real. Em vez de perseguir métricas vazias, talvez devêssemos nos esforçar para estabelecer conexões mais profundas e significativas. No final das contas, as redes sociais deveriam ser sobre pessoas, e não sobre números.