A delícia de fazer alguma coisa
Longe de mim querer dizer o que as pessoas devem fazer ou não com seu tempo, com suas vidas. Já está cheio de “guru” Internet afora fazendo isso, a maioria só de olho em tirar dinheiro das pessoas desesperadas.
Já faz um tempo que ganhei de presente um Raspberry Pi 3 (igual ao da imagem abaixo).

Resumidamente, trata-se de um computador completo em uma placa com largura e comprimento muito semelhantes às de um cartão de crédito, custando muito barato.
Utilizei durante alguns anos meu Pi como servidor de impressão: instalei minha impressora nele, compartilhando-a com os demais dispositivos da casa — uma capacidade que a impressora por si só não tem. Também adicionei um HD externo para armazenar arquivos grandes que não necessariamente eu quereria em minhas “nuvens,” já que eu pago pelo espaço no Google Drive ou no iCloud Drive.
Tudo muito bem, até que o conjunto parou de funcionar, e eu não me dava o tempo necessário para investigar o que estava acontecendo para resolver o problema — ou para descartar logo o computador, caso não houvesse conserto.
No fim de semana, contudo, resolvi reinstalar o sistema operacional no cartão de memória, com uma versão mais atualizada do que a que havia antes, bem como configurar tudo de forma a dar utilidade ao Pi.
Como o bichinho tem bem pouca memória, não é justo querer ter um ambiente gráfico nele. Não dá para querer extrair de um computador de menos de 400 Reais, menor que um telefone celular, o desempenho e a utilização de um computador de milhares de Reais (como o Macbook Pro). Então instalei um sistema que funciona somente em modo Terminal (somente texto), voltei com o servidor de impressão e com o compartilhamento de mídia.
Como não queria apenas deixar tudo do jeito que estava, aprendi a configurar a rede sem fio pela linha de comando, aprendi a dar acesso SSH ao Pi mesmo ele estando atrás de vários níveis de NAT, e instalei nele um proxy que me permite usar gratuitamente o ChatGPT via API sem precisar pagar nada.
E o computadorzinho de menos de 400 Reais está funcionando lindamente, e ainda tem recurso de sobra para mais alguma coisa que eu queira fazer com ele.
Mais importante do que ter um servidor de impressão, foi a satisfação de fazer algo físico, quase artesanal, ao instalar e reinstalar o sistema. Ao aprender a configurar recursos que normalmente já vêm resolvidos em computadores de mais alto nível. E ao fazer o “impossível” acontecer.
Recomendo a quem queira descobrir esse prazer que encontre uma atividade de seu agrado e invista um tempo em aprender, experimentar, fazer. Para mim é ótimo, talvez para você também seja.
(Crédito da imagem de abertura: IA)
Tentei não entrar muito em detalhes técnicos sobre meu hobby de fim de semana para não tornar a leitura maçante para os menos afeitos à tecnologia. Mas se alguém quiser mais detalhes do que fiz, e como fiz, é só perguntar nos comentários, e terei prazer em compartilhar.