A Estupidez do Voto Nulo

Recentemente fui bloqueado no Facebook por responder a um defensor do voto nulo que não existe prova mais cabal de burrice do que a atitude defendida por ele. Aparentemente muita gente não gostou de meu comentário, e com isso acabei levando uma punição.

De fato, não há nada que eu possa dizer, adjetivos que eu possa usar, para dar a real dimensão da estupidez de votar nulo. E é terrível que em pleno ano da graça de 2022 em vez de estarmos vivenciando o fim da fome no planeta precisemos ver quatro ou cinco pessoas com o fiofó cheio de dinheiro, torrando recursos para entupir a atmosfera de mais gás carbônico ao decidir dar um passeio no espaço, enquanto milhões de pessoas ficam dias sem ter o que comer.

Os argumentos estúpidos dos defensores do voto nulo

Quem defende a prática do voto nulo como válida costuma repetir exaustivamente três argumentos absurdos, que qualquer um com o QI mais alto que a temperatura ambiente deveria entender que não têm validade alguma.

“Voto de protesto”

Essa gente idiota que considera anular o voto uma forma de protesto não entende como funciona uma eleição, tampouco atina o significado da palavra “protesto.”

Se a pessoa quiser protestar contra o que quer que seja, ela precisa se fazer vista e ouvida, precisa incomodar aqueles a quem deseja afetar. Tuitaços, ataques de hashtags e correntes de Whatsapp são quase tão pífios, mas ainda assim são formas de protesto melhores do que a anulação do voto.

Isso porque voto nulo não incomoda os candidatos vencedores, pois representam apenas pessoas que decidiram renunciar a qualquer direito de escolha para se deixarem levar feito detritos na enchente. Logo volto a esse ponto.

“Não concordo com nenhum candidato”

Quando vejo as pessoas zurrando que “não concordam com nenhum candidato” (ou com seus históricos, ou o que for) e vão anular o voto, chego a rezar para que o meteoro venha de uma vez.

A pessoa que anula o voto e usa um argumento idiota desses para “justificar” sua estultice deveria pensar por dois segundos o que vai acontecer se o pior candidato de todos for eleito. Não faltam exemplos na história recente do Brasil.

Em vez de procurar um candidato “perfeito” (que eu nem quero imaginar como seja, na cabeça de um ignorante que procura isso) a pessoa deveria escolher o candidato melhor entre os da vez, o mais inteligente, mais ético e capaz entre as opções.

Nesse sentido, até mesmo o gado eleitor de genocidas se mostra mais inteligente que o votante nulo, haja vista ele escolher quem acha ser mais adequado (o fato de genocidas eugenistas fascistas — perdão pelo pleonasmo — nem tem importância nesse contexto).

“Se tiver um volume muito alto de votos nulos outra eleição precisa ser convocada com novos candidatos”

O pior argumento ficou para o final porque é o mais complexo, e as mentes limitadas tendem a se achar superiores ao contemplar qualquer complexidade, mesmo que sejam incapazes de compreendê-las minimamente.

Para não perder muito tempo escrevendo o que já foi escrito muito melhor que eu faria, deixo aqui de referência um post do Boatos.org explicando o engano dessa ideia e de onde a récua empresta o “verniz” de legitimidade que lhes apetece:

Em resumo: não importa a quantidade de gente que vote branco ou nulo de propósito, nada disso implica convocar novas eleições.

Quando a pessoa vota nulo ela está, simplesmente, enfraquecendo qualquer adversário do candidato mais forte — o que é o mesmo que estar fortalecendo o que receber mais votos válidos.

Em 2018 cada idiota que anulou o voto, em vez de “protestar” ou “deixar claro” não gostar de ninguém, ajudou a eleger a pior pessoa candidata ao cargo. O resultado está aí, só não vêm quem não tem vergonha na cara.

Se no primeiro turno cada voto nulo tivesse sido dado a um candidato (talvez ao próprio onagro, é melhor votar muito mal do que votar nulo), talvez hoje não tivéssemos o triplo ou mais de mortes por COVID19 do que o inevitável; talvez hoje não estivéssemos vendo pessoas passando fome, e salafrários desgraçados enriquecendo com dinheiro em paraísos fiscais enquanto a economia do país afunda cada vez mais.

E no segundo turno, a escolha não era difícil, era muito fácil; tanto que venceu o candidato que teve mais escolhas a seu favor. Se as pessoas que desistiram de escolher, exercendo a estupidez do voto nulo, tivessem feito elas também uma escolha, é bem provável que o país hoje não estivesse em tão péssimas condições.

Quem vota nulo é o tipo mais burro de pessoa que existe, do tipo que ao usar o Whatsapp pode acabar comendo o celular pensando que é pasto.

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