A Homenagem Póstuma Perfeita da Google para Steve Jobs

Ontem à noite o mundo perdeu um de seus maiores gênios: o fundador da Apple, criador do MacIntosh e de tantos outros produtos que mudaram a vida de muitas pessoas, Steve Jobs, faleceu aos 56 anos de idade.

Eu sei que o mundo inteiro está falando disso, e que a passagem dele está sendo tratada pelos meios de comunicação tal como quando um pop star vai dessa para melhor. E, de fato, Jobs foi um astro, mesmo.

Vi alguns ignorantes no Twitter criticando a Google por ter feito apenas “uma notinha singela até demais”, como homenagem póstuma. Para fins de arquivo reproduzo na imagem abaixo a notinha de que se fala.

Quando menos é mais

Esta simples homenagem da Google é muito mais significativa e importante do que possa parecer à primeira vista.

Primeiro, sempre que a Google homenageia alguma personalidade, o link que fazem leva para resultados de busca acerca da pessoa. No caso de Jobs, o link leva diretamente ao site da Apple.

Segundo, mas não menos importante, essa homenagem “excessivamente singela” na visão dos críticos transparece exatamente o sentimento que eu experimentei quando meu amigo telefonou perguntando se eu estava acompanhando as notícias sobre a morte de Steve Jobs: eu não sabia o que dizer ou o que pensar, a não ser “chegou a hora dele”. Com apenas um link apontando para o principal site de toda a criação de Steve Jobs, a Google está dizendo também “estamos sem palavras”.

Além do mais, seria o cúmulo do absurdo que a Google tivesse um Doodle pronto só esperando a morte de Steve Jobs. Preparar-se com meses ou anos de antecedência para a morte de celebridades é expediente de SEO de favelado, e se momentos depois do anúncio da morte do homem já tivessem um Doodle super bem produzido no site, estariam declarando que esperavam (o que é o mesmo que “desejavam”) que ele morresse; seria um profundo desrespeito com a família dele, pois embora as limitações de muita gente “inteligente” as impeça de ver as virtudes do cara para além de ser milionário, ele foi um gênio que mudou o jeito de as pessoas se relacionarem com a tecnologia, o jeito de trabalharem e ganharem dinheiro.

A influência de Steve Jobs na minha vida

Uma horda de néscios fica defecando pela boca ao dizer que lamentar a morte de Steve Jobs é coisa de Appletard ou Macfag.

Particularmente, sou cliente da Apple. Tenho iMac (dois, no momento da redação deste texto), MacBook, iPad e iPhone. São produtos caros, mas que valem pela qualidade. E a simplicidade das máquinas, associada ao seu poder de processamento e beleza, me tornam muito mais produtivo, pois em vez de gastar tempo procurando drivers ou compilando módulos do Kernel, os produtos simplesmente funcionam, e eu posso me concentrar em fazer o meu trabalho — ou em curtir o meu lazer, seja vendo filmes, jogando, lendo, ou vendo material edificante na Internet (foi para isso que ela foi criada, no fim das contas).

Entretanto, não foi nesses últimos quatro ou cinco anos, desde que comprei meu primeiro MacBook, que Steve Jobs me influenciou a ponto de, talvez, mudar o rumo que minha vida profissional teria, o que implica mudar a pessoa em que eu me tornei.

Meu primeiro contato com um computador se deu há uns 25 anos, quando eu iniciava o curso de Eletrotécnica no CIMOL (agora mudou de nome, mas sabedores saberão). Era um Apple IIe, que se encontrava aberto sobre uma mesa do guardadíssimo “laboratório de informática”, que contava também com um ou dois MSX. Foi naquele momento que eu descobri que a única coisa que eu poderia fazer com amor e paixão na vida seria trabalhar com computadores. E foi graças à “cria” de Steve Jobs que essa chama se acendeu dentro de mim.

A César o que é de César

Embora o post seja sobre a homenagem tão simples quanto significativa da Google para Steve Jobs, devo dizer que muito mais importante que a influência de Jobs na minha vida foi a do Professor Roberto Dienstmann, que foi quem efetivamente me deu a conhecer “a sala dos micros” do CIMOL, e me mostrou a coisa mais importante que alguém poderia me ensinar em um computador: a chave liga-desliga.

Se foi o Apple IIe que me possibilitou materializar o meu talento pela primeira vez na vida, foram o apoio, o suporte e a confiança do Professor Roberto que efetivamente me mostraram qual é o meu talento na vida.