A polêmica do casamento gay
Estamos em pleno século XXI, em plena Era de Aquário, que segundo a Wikipedia:
(…) será uma era de fraternidade universal baseada na razão onde será possível solucionar os problemas sociais de maneira equitativa para todos e com grandiosas oportunidades para o desenvolvimento intelectual e espiritual, dado que Aquarius é um signo aéreo, científico, intelectual e o seu planeta regente, Uranus, é associado com a intuição (conhecimento acima da razão) e percepções directas do coração e, a nível mundano, este planeta rege a electricidade e tecnologia. (sic)
Apesar disso, o que mais temos visto por aí são manifestações de intolerância religiosa, política, quanto à orientação sexual (assunto desse texto), entre outras. Não é raro vermos noticiados nos jornais assassinatos bárbaros, espancamentos, torturas, atos vis (como aquela prefeitura que afastou as duas professoras da escola da comunidade) contra indivíduos que aconteceram de gostar de gente do mesmo sexo.
Para piorar a situação, o tal do Bento XVI resolveu agora botar mais lenha na fogueira inquisidora da ignorância da massa, declarando o quão “pernicioso” é o casamento gay, porque vai contra a família, e tudo o que vai contra a família deve ser combatido.
Aproveito então o mote para descrever a minha visão sobre o casamento gay (e não estou nem aí se tiver gente que não goste).
O casamento gay obrigatoriamente tem que ser à tarde, de preferência numa sexta-feira ou num domingo. Afinal de contas, nenhum casal de bibas vai gostar do lugar comum de casar no sábado à noite. Tem que ser à luz do dia para poder usar aquele terninho rosa claro, digo, salmón, com aquele chapéu chiquérrimo.
Os convidados mais conservadores irão todos com vestes adequadas ao seu gênero de nascimento (se a parteira disse que é macho, vão todos de terno; se ela disse que é fêmea, vão todas de saia), e os mais resolvidos e badalados poderão ir montados se assim o desejarem, mas sem nunca sequer pensar em brilhar mais que a cerimônia dos noivos, né?
Os gays pagam um preço altíssimo para ser quem eles são, e isso fica refletido na decoração carésima que os noivos vão encomendar para uma amiga decoradora. Aliás, a igreja nem precisa ser a mais chique da cidade, contanto que seja a mais chamativa (por exemplo, a Igreja das Dores, em Porto Alegre, que tem escadarias enormes para acolher todos os convidados chiquérrimos, que de quebra podem tentar jogar um charme nos milicos do quartel em frente).
Eventos importantes sempre devem ser noticiados nas colunas sociais, e casamentos gays não podem ser exceção. Nem que para isso os noivos tenham de passar meses a pão com ovo para economizar a grana para pagar a nota.
Mas, como em todo casamento mais ou menos tradicional, o ponto alto do casamento gay é a hora do buquê. Um dos noivos, possivelmente o melhor dotado de coordenação motora, vai fazer o lançamento do buquê. Mas nada dessa coisa brega de ficar de costas para as amigas e jogar as flores para todas se matarem e apenas uma ser “a boa” da festa. Era de Aquarius, lembram?
Então, o noivo selecionado vai baixar a calça rosa, virar de bunda para os convidados e seu consorte enfiar-lhe-á o buquê de flores no rabo; é possível que as pessoas não entendam muito bem o que acontece, mas quando o buquê for por efeito de pressão expelido aos ares, descrevendo uma parábola, explodindo ao chegar ao seu ápice, todos os convidados compreenderão a mensagem de igualdade e alegria: uma chuva de pétalas vai cobrir toda a bicharada, que ficará dando pulinhos nas pontas dos pés, com as mãozinhas fechadinhas próximas ao corpo.
E todos viverão felizes para sempre.
Atualização: comentários fechados porque não aguento mais gente burra e sem noção que vem aqui dejetar versículos bíblicos para justificar sua tacanhice, gente imbecil incapaz de ler um texto de humor e entender que é isso, que simplesmente tem que espalhar sua ignorância por onde passa.
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