A prepotência é uma m****
Ontem à tardinha fui com meu amigo ao Parque Curupira estrear os novos tênis que que comprei para caminhar. Alongamos, escolhemos o trajeto que faríamos e metemos o pé no asfalto.
Estávamos caminhando, suando e bufando, quando de repente duas gostosas meninas enfiadas em malhas de ginástica, daquelas que deixam as curvas femininas mais acentuadas que as da estrada de Santos, passaram por nós e deram uma olhada.
Ahá, as gatinhas gostaram dos gordos aqui!
Bufando estávamos, bufando continuamos. Claro, demos uma disfarçada para elas pensarem que teríamos bons espermatozoides a fornecer para a fecundação de seus óvulos. Uma olhou para a outra e cada uma olhou para trás novamente.
Eu sabia que essa bermuda ia me deixar irresistível!
Mais algumas frações de segundo se passaram, enquanto eu imaginava o que faria com, digo, diria para as duas beldades quando elas não suportassem mais a distância, quando estivessem implorando para eu ser o macho alfa do seu bando.
— Por favor — virou-se uma delas educadamente — algum de vocês se chama Janio?
Ela lê o Blogue, e me reconheceu! Só pode!
— Sim, eu — respondi na expectativa de que ela se desmanchasse em declarações de amor e desejo.
— Ah, que bom! É que você perdeu sua carteira lá no alongamento, eu encontrei e tomei a liberdade de abrir para ver se encontrava o dono, e reconheci você pela foto da identidade.
— Ah, tá… obrigado… — tentei manter a pose.
— Nada, não. A carteira está lá no barzinho. Até mais!
E saíram correndo novamente, como se fossem o diabo confrontado com a cruz.
A prepotência é uma merda, mesmo.