Ataques onagristas à democracia brasileira
Ontem a saburra falante foi para a tevê e para a Internet desfiar horas de mentiras e absurdos para inflamar sua base irracional contra as instituições, especificamente contra a lisura das eleições no Brasil.
Como de hábito, ninguém fez nada — a não ser notas de repúdio e talvez umas rodas xamânicas para invocação do sagrado ancestral de alguém.
Quando digo “ninguém” não estou me referindo a zés-ninguém como você ou eu, e sim a quem de fato detém o poder para fazer algo, a quem está à frente das assim chamadas “instituições”.
Ninguém fez nada, e o malzarrote ambulante agora tem certeza que o caminho para a destruição está mesmo aberto, escancarado, talvez até mais do que ele pensava estar.
A violência anunciada
Desde antes de sua oficial candidatura à presidência o língua-peluda sempre deixou claro que votos queria: o dos seus iguais — admiradores de torturador, violentos, covardes, misóginos, homofóbicos. Ele sempre deixou claro também que sua especialidade é matar.
Desde priscas eras, quando era só um deputado asqueroso do baixo claro, viciado em rachadinhas e em outros esquemas de corrupção e subtração de dinheiro de pobre, ele sempre envidou esforços para armar a população, justamente essa parcela covarde e violenta que veio a representar o asnismo hard-core — que os comentaristas da tevê chamam de “núcleo duro” de sua base eleitora.
Pouco importa como tenha sido, o fato é que a récua está mais armada e destemida. Os que não regularizaram suas armas contam com a conivência das autoridades que deveriam fiscalizar e coibir abusos — famosas por fazer selfies com simpatizantes da morte enfiadas em camisetas auriverdes.
O resultado disso vai ser um risco alto demais, uma bolha de violência excessivamente tensa para não estourar: se em 2018 já teve eleitor do apedeuta digitando “17” com o cano de uma arma (e filmando e divulgando, a despeito do que diga a Lei), em 2022 o mínimo que espero é que eles — “justificados” pela teoria conspiratória da suposta insegurança das eleições brasileiras — disparem contra as urnas.
Preparem seus cus, zés-ninguém, que vai faltar pra tomar doravante, provavelmente vai rolar repescagem e reciclagem.
E se for só uma série de enrabadas metafóricas vai ser até bom. O objetivo deles é substituir sua disfunção erétil por revólveres; gozar para eles, portanto, é distribuir bala e espalhar violência. O objetivo dos eleitores onagristas, de poder sair atirando nas pessoas, ainda é o seu mote de vida — compreensível para quem se alimenta de pulsão de morte.