Doar para caridade traz felicidade?
Segundo a Dra. Linda Wasmer Andrews, mestra em psicologia, fazer pequenas doações para caridade contribui com o alívio do “stress financeiro” das pessoas (fonte). Em resumo, para quem não lê em Inglês, ou está com preguiça: pesquisadores tomaram um grupo de pessoas e deram uns trocados a elas, para gastarem consigo mesmas ou com terceiros; no fim do dia as que torraram os trocados com terceiros estavam mais felizes do que as que torraram a grana consigo próprias.
No mesmo site, o Professor David Ropeik fala de um outro experimento que demonstra que as pessoas não ligam a mínima para a morte de milhões, mas se importam (um pouco) com a de uma única pessoa (fonte).
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Não há julgamentos
Antes de prosseguir, preciso deixar bem claro que não há julgamento de espécie alguma no que vou escrever a seguir. Trata-se meramente de minha opinião, minhas teorias, e pouco se me dá que as pessoas doem toda sua grana, guardem cada centavo ou gastem como se não houvesse amanhã.
Quanto mais ricos, menos caridosos
Os dois estudos acima mencionados sugerem que quanto mais ricas as pessoas são, menos elas se preocupam em doar para caridade. Não dizem o porquê, mas se perguntarmos às pessoas por que esse fenômeno ocorre, aposto todas as minhas fichas que haverá duas correntes principais:
- uma parte das pessoas dirá que os ricos ficam egoístas, maus, não vão para o céu, vão arder do mármore do inferno, e que se esquecem de suas origens (como se todo rico tivesse de ter sido necessariamente pobre um dia);
- outra parte dirá que um rico normalmente será empresário ou investidor, o que dá na mesma, e com isto ele proporciona postos de trabalho digno que permitem a um maior ou menor número de pessoas sustentar a família com o produto de seu trabalho.
Pergunto, então: quem está fazendo mais bem à humanidade e à sociedade: o desempregado que tira do bolso os últimos caraminguás para dar a um mendigo, ou um rico empresário que não dá um centavo sequer a iniciativas de caridade, mas que mantém n empregados com salário em dia, além de todos os demais benefícios inerentes à situação?
Aproveitadores da boa fé alheia
Há ainda um outro problema com relação à doação para caridade: como garantir que uma doação feita para uma instituição de caridade seja mesmo utilizada para o fim a que o doador imagina?
A pergunta é retórica, claro: todo mundo sabe que é fácil checar a existência da instituição, é fácil tomar um meio de transporte qualquer e ir pessoalmente verificar o destino que a doação terá.
Mas existem muitos picaretas que ficam telefonando para a casa dos outros pedindo dinheiro, normalmente para ajudar “criancinhas pobrezinhas portadoras de câncer”, e instituições das quais nunca se ouviu falar. Há gente que tem por profissão explorar os filhos, ou fingir-se de mendigos, porque é mais fácil pedir do que trabalhar (pelo menos não estão roubando nem matando).
O caminho mais curto
Entretanto, essa gente só prolifera por um motivo: as pessoas buscam sempre o caminho mais fácil, mais curto, querem atalhos e abominam qualquer sorte de sacrifício. É muito mais fácil doar um real para um moleque no sinal do que tirar uma tarde de sábado para visitar um orfanato e ajudar, realmente, no que for necessário — muitas vezes o dinheiro nem é o de que as instituições sérias e mais carentes precisam acima de tudo.
O sujeito dá uma moeda para o pedinte no semáforo e fica de alma lavada, com a sensação de dever cumprido no salvamento da humanidade.
Proximidade da necessidade
Outro fator que pode explicar por que os mais abastados são também os que menos doam para caridade, em comparação aos de menor poder aquisitivo, talvez resida na proximidade de cada um com a necessidade.
Em outras palavras, os mais pobres, segundo minha teoria, tendem a ser mais solidários porque convivem mais amiúde com as dificuldades inerentes à escassez pecuniária. Já os mais ricos tendem a se solidarizar mais com outros problemas sociais, como os índices da bolsa, cotação das moedas fortes estrangeiras, ou mesmo a quantidade irrisória de exemplares que aquela marca famosa vai produzir de um produto caríssimo e mega exclusivo (já que mesmo tendo dinheiro para pagar, não vai ter onde ou de quem comprar).
E eu com esse papo de caridade?
Eu, claro, tenho uma política pessoal bem definida com relação a doações para caridade: cada caso é um caso e na hora eu vejo.
Normalmente confio muito em minha sensibilidade para detectar pilantras. Se os sensores ativarem o alarme de pilantragem, eu corto a conversa, tomo distância e não tiro um centavo do bolso. Contudo, se a pessoa que pede conseguir vencer essa barreira e sensibilizar-me o coração, as coisas são diferentes (já falei sobre isso antes: Coragem, são todos teus irmãos).
Além disso, um percentual do meu faturamento vai direto para doação, para uma instituição que cuida de crianças abandonadas. Como meu faturamento é variável, o valor que mando também é.
E você com isso?
Como os outros tratam essa questão é um campo desconhecido para mim. Se quiser compartilhar sua visão nos comentários, esteja a gosto.