Escolhendo Sabedoria, Não Sensacionalismo: Minha Experiência com Conteúdo Online

Os mais jovens talvez não percebam da mesma forma que nós, coroas, o bombardeio de conteúdo supostamente educacional nos meios digitais, sem trégua. No meu caso, pelo menos, só faço ignorar toda e qualquer propaganda, pois parto do pressuposto de que o que a pessoa vai entregar não presta.

Entretanto, por motivos de trabalho, recentemente precisei de um treinamento especializado, e após — mesmo sabendo que seria em vão — procurar por escolas próximas a mim, acabei cedendo ao conteúdo pela Internet. Amigos vieram ao meu encontro e sugeriram canais e vídeo no YouTube, um de um produtor brasileiro, com conteúdo em Português, e outro de uma moça que só sei que é estrangeira, mas não sei sua nacionalidade, até porque isso é irrelevante.

De maneira geral, tenho a opinião de que devemos valorizar o comércio local. “Se teu parça vende algum produto ou serviço, compra dele.”

Baseado nisso, fui primeiro no canal do moço brasileiro, com o intuito de assistir ao material gratuito e, em me agradando, assinar o serviço de treinamento dele. E que triste experiência!

Os vídeos do moço são curtos, e seguem um estilo que me desagrada muito:

  • Parece que não há roteiro previamente definido, e que tudo é improvisado.
  • O cara tenta mimetizar aquelas edições que “comprimem” as frases, em que uma nem terminou de ser dita, e outra já é enfiada na cola daquela.
  • Ele nunca entrega todo o conteúdo, sempre tem algo para “o próximo vídeo” ou para o treinamento pago.

Um pouco frustrado por ter acreditado que encontraria um bom conteúdo nacional, que me permitiria abrir mão de estudar em Inglês, fui para o canal da moça, e de lá não saí mais.

Diferente do “colega” brasileiro, ela tem um conteúdo denso e bem estruturado. É visível que ela investe tempo no planejamento do conteúdo (e também na edição, claro), sem apelar para sensacionalismo: ela simplesmente explica o assunto de maneira calma, pausada, clara, com dicção perfeita, sem causar ansiedade ou “medo” de estar perdendo alguma coisa que só vai estar disponível em outro vídeo.

Além disso, o conteúdo que ela entrega é muito completo. O primeiro vídeo a que assisti tem pouco mais de três horas de duração, cuja passagem do tempo mal se percebe. Em nenhum momento ela apelou para “já toca no sinho e deixa seu like” ou “marca seu amigo que vai instalar servidores com você pra ele ver que legal isso aqui.” Tampouco, ela oferece seus produtos ou serviços para venda, eu só sei que ela presta treinamento pago porque no perfil dela tem um link para o site de comercialização.

Veja bem: eu sou avesso a conteúdo em vídeo, porque leio e aprendo mais rápido lendo do que com qualquer pessoa falando, mesmo que seja cruelmente emendando frases muitas vezes desconetadas umas das outras. Ainda assim, fiquei encantado pela profundidade e pela forma como a moça transmite seu conhecimento.

Acabei de assistir ao primeiro vídeo com a sensação de que as pessoas parecem gostar de ser enganadas, haja vista “engajarem” tanto com conteúdo ruim e que gera ansiedade muito mais do que ajuda a resolver problemas. “Coaches” e autoproclamados especialistas enchem o c… o cofre de dinheiro explorando um mercado formado por gente masoquista.

Finalmente, para quem estiver interessado, o canal do YouTube de que falei bem aqui é o TechWorld with Nana. Se você quer aprender DevOps e consegue entender bem em Inglês, só tem a ganhar ao consumir os vídeos da Nana.

(Crédito da imagem: IA)

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