Eu tomei Propofol

Propofol é uma das substâncias que contribuíram para a morte de Michael Jackson, e eu venho aqui orgulhosamente dizer que eu tive uma experiência com ela!

Foi na sexta-feira passada. Foi um barato maneiro.

Eu estava deitado, pelado e envergonhado, quando o Leonardo disse: “Janio, vou te dar um teco daquela do Jacko”. A partir daí foi tudo muito rápido.

Em poucos segundos, coisa de dez a quinze, esqueci estar pelado e constrangido, e experimentei um relaxamento em meu corpo que até então eu desconhecia. A única coisa que consegui dizer foi: “cara, esse troço é bom mesmo”. O Leonardo, apesar da pouca idade é muito experiente no uso do Propofol, e ainda me alertou que o melhor estava por vir. Ainda perguntei se os gnomos faziam parte da viagem ou se realmente eles estavam ali, mas não ouvi a resposta.

Acordei da viagem com o Leonardo me chamando: “Janioooooooo, tu tá operado, meu!”

Ainda atordoado pelo sono induzido, com dificuldade de respirar, fui acudido por uma guria linda e de mãos macias que me deu oxigênio (essa era de verdade, o nome dela é Carol). Perguntado como eu me sentia, disse estar um pouco irritado com os gnomos e as fadas que ficaram brincando de escorregar no arco-íris o tempo todo, não me deixando curtir o resto da viagem.

Se é que alguém ainda não entendeu, eu explico: sexta-feira passada passei por uma cirurgia para correção de uma hérnia umbilical, e o Dr Leonardo foi o anestesista que tomou conta de mim, enquanto o Dr João (outro guri) ficou responsável pela cirurgia. Propofol foi a droga utilizada por ele para que eu ficasse quieto para eles poderem corrigir o problema do meu hardware (meu, não o do meu computador).

Foi a primeira vez que estive em um hospital sem ser na condição de visitante, e é claro que eu não fazia nem ideia do que seria tomar uma anestesia geral. Por sorte estive nas mãos de uma equipe ímpar, de jovens talentosos, responsáveis e apaixonados pelo que fazem. Aturaram minhas piadinhas enquanto me consertavam — a rigor, antes e depois da anestesia; suponho que preferiram geral justamente para eu calar a boca e deixá-los trabalhar — e facultaram que eu saísse do hospital praticamente sem sentir dor, e com o mínimo de incômodo.

E agora eu posso dizer, graças ao meu anestesista: eu já experimentei Propofol!

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