O Direito ao Boicote e a Liberdade de Escolha

Ontem segui um link que uma pessoa mandou e fui parar naquele caldo de cultura tóxica de extrema direita que virou o Twitter. Uma vez lá, percebi que um dos termos em ascensão (os “trending topics”) era boicote.

É claro que, sendo aquela rede um antro de cultivo de nazifachos, eu não poderia esperar encontrar qualquer coisa melhor do que chorume de gente abjeta que acredita no fantasma do comunismo.

Pois bem, o boicote que eles estavam promovendo era “a tudo que for da esquerda” — creio que o mote principal era um anunciado concerto do Gilberto Gil em Curitiba, que eles queriam fazer flopar, como se fascista gostasse minimamente de qualquer manifestação cultural.

De fato, não é de hoje que acho legítimo que eles boicotem “tudo que for da esquerda.”

Primeiro porque eu mesmo boicoto tudo que for da direita: se eu souber que um produto, serviço ou estabelecimento apoiou ou ainda apoia o verme do fiofó entupido, eu boicoto mesmo. Não compro, não frequento, não contrato, e dentro do possível “esqueço” que tal lugar existe. Eles têm o mesmo direito.

Segundo porque deve ser uma delícia você ir a um bar, por exemplo, ou a um concerto, e ter a certeza (ou pelo menos a sólida convicção) de que não há fascistas asquerosos orbitando, sem medo de levar um tiro na cara só porque sua camiseta é vermelha, ou porque você ri do terraplanismo.

Boicotem, fachos, exerçam seu direito. E, por favor, avisem dos estabelecimentos “da esquerda” que encontrarem, que é para eu ir sem medo.

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