O Mainframe não Morreu — Mas Quem Manja Está se Aposentando

As pessoas vivem dizendo que os mainframes estão obsoletos. Não estão. Eles só não fazem barulho por serem essenciais.

A IBM afirma que os mainframes lidam com 68% das cargas de trabalho de produção no mundo. Eles processam 90% das transações com cartão de crédito. Se o seu banco funciona, se o seu seguro não é uma planilha, se seu passaporte é renovado — há grandes chances de um mainframe estar cuidando disso.

Eles não foram feitos para impressionar, mas para durar. A arquitetura é densa, confiável e entediante — no melhor sentido possível. O z16, por exemplo, consegue processar 300 bilhões de transações de alto volume por dia sem pestanejar. Tente fazer isso com o seu enxame de microsserviços.

Mas, enquanto as máquinas continuam por aqui, as pessoas que sabem operá-las estão saindo do mercado. A maioria dos programadores COBOL tem mais de 50 anos. Muitos já se aposentaram. E como mais de 70% das universidades não ensinam mais COBOL, não há fila para substituí-los.

Isso é um problema do presente, não do futuro. Quase metade das empresas que usam mainframes afirma que seus especialistas estão se aposentando. Mais da metade dos novos profissionais não tem as habilidades necessárias. O resultado: escassez, urgência, salários em alta. Em 2024, o salário mediano de um desenvolvedor de mainframe nos EUA chegou a US$ 112.558 — bem acima da média para outras funções de programação.

A IBM e outras empresas estão tentando resolver isso. Novos programas de capacitação estão em andamento. Há um esforço para tornar os mainframes menos opacos — integrando-os a plataformas em nuvem, adaptando fluxos de trabalho DevOps, fazendo com que a máquina antiga fale dialetos modernos. Algumas dessas iniciativas funcionam, outras são apenas maquiar o porco.

Mesmo assim, o problema de imagem continua. Mainframes ainda são vistos como relíquias, ultrapassados e pouco atraentes. Essa percepção afasta os profissionais mais jovens, mesmo que esses sistemas mantenham tudo funcionando.

Talvez a pergunta certa não seja por que os mainframes ainda existem. Talvez seja: o que estamos construindo hoje que ainda vai estar por aí daqui a cinquenta anos?

As respostas incomodam. E talvez esse seja o ponto.












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