Por que eu desisti dos bolsomínions

Já faz tempo que tenho tido zero tolerância com apoiadores e defensores do asno genocida (onagro apedeuta, embora tecnicamente correto, é insuficiente para descrever este que elegeram como chefe do Executivo). Não só na Internet, mas também e principalmente fora dela: não dou moral para essa gente, nem palco para mau caráter bater palmas.

Quando a bailarina miliciana fez campanha, não escondeu de ninguém seu ódio e desprezo por tudo que é progressista, humanista ou que implica demonstrar, ou exercer, qualquer manifestação de solidariedade ou de empatia. Ninguém foi enganado — e talvez esta seja a única coisa positiva que eu tenha a dizer sobre essa “gestão” que está aí.

Destarte, quando os eleitores desse sujeito de liliputiana envergadura moral fizeram sua escolha, nas urnas, sabiam exatamente o que estavam fazendo. Quando escolheram “qualquer coisa menos o petê” fizeram a escolha por valores deploráveis como violência, truculência, tortura, morte, escárnio e desrespeito.

Antes das eleições eu ainda gastava tempo com pessoas que eu julgava meus amigos, tentava abrir-lhes os olhos quanto ao erro que estavam cometendo. Invariavelmente respondiam com mentiras sobre os outros candidatos, sobre as gestões anteriores (do PT, claro), sobre indígenas, quilombolas, pessoas não cisgênero heterossexuais. Os memes agressivos com que os discípulos de Steve Bannon doutrinavam sua base eleitoral logo foram substituídos por histriônicos gestos de arminha e discursos de assassinato e extermínio dos que pensam. Não demorei a aderir à prática de bloquear sumariamente as pessoas que externavam discursos de ódio como se fosse opinião.

Apesar dos pesares, eu burramente ainda deslisava em minha decisão, e acabava tentando mostrar a essa imensa, esmagadora, parcela da sociedade, embriagada no respectivo ódio (na própria dor, numa análise mais profunda que não cabe aqui, tampouco é de meu interesse fazer), que estavam acreditando em mentiras. Pura perda de tempo.

De 2018 para cá já se passou muito tempo. Quem tinha de reconhecer que cometeu um erro grotesco ao apoiar o representante da truculência e da burrice espontânea já o fez. Agora só apoia este senhor quem for, em moral e caráter, muito inferior ao próprio ícone da estupidez. Já não dá mais para jogar pérolas a este tipo de porco.

Cansei destes néscios. Se querem crer que uma pessoa despreparada, estúpida, crassa, violenta e perniciosa seja seu mito, seu exemplo de vida, que seja. Se querem se foder, vão se foder pra lá.

De mim, só vão ganhar “blocks” — nas redes sociais e principalmente na vida.

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