Três freetards brilhantes e seus destinos cuzões

A genialidade e a cuzonice, num mundo perfeito, jamais ocupariam o espaço no mesmo ser humano. Deveria haver uma lei natural da biologia que impedisse os genes da cuzonice de se manifestarem nos gênios, mas não é isso que a gente vê.

Sou da opinião que cada um escolhe seu próprio destino (e se alguém ainda não consegue concordar comigo, tudo bem — cada um no seu ritmo), e os três exemplos que vou trazer agora mostram três freetards brilhantes que ao escolher seus destinos foram cuzões.

David S. Rushby — geniozinho que morreu afogado aos 27 anos de idade

Foi em 2007 que o jovem morreu afogado no Mar Negro, em Anapa, Rússia. Por alguns anos ele foi o mantenedor do driver do Python para o banco de dados Firebird, que desde sua morte tão prematura foi descontinuado.

Não importa o quão genial você seja, nem que você seja a Janis Joplin, o Kurt Kobain ou a Amy Winehouse: fazer qualquer coisa que te leve a morrer aos 27 anos de idade é de uma cuzonice tão grande que anula toda a sua genialidade (mas tem coisa pior, em minha opinião).

Hans Reiser — condenado pelo assassinato da ex, agora vê o sol nascer quadrado

O criador do sistema de arquivos ReiserFS (sistema de arquivos que usei largamente enquanto era freetard, antes de me tornar appletard) se casou com uma médica russa, teve pelo menos um filho com ela (mais detalhes nos links abaixo), se separaram (mas o divórcio nunca foi concluído), e num momento de fúria e paixão o cara deu um kill -9 nela, e agora está fscked na prisão.

Mais cuzonice que conduzir-se à morte aos 27 anos de idade é tirar a vida de outra pessoa, em que pese esta pessoa calhar de ser a mãe de seus filhos.

K T Ligesh se enforca aos 32 anos, após uma falha de segurança num software dele ser explorada

O criador do HyperVM e do Kloxo se enforcou, aparentemente após ser divulgada uma falha de segurança em um de seus softwares que permitiu a invasão de mais de 100.000 websites.

Em pleno Século XXI, a única forma de suicídio que eu acho válida inclui, necessariamente, um Kaishakunin bem escolhido. Se não for suicídio para ter Kaishakunin, então é a maior cuzonice possível. É um ato de egoísmo extremo (principalmente quando o suicida deixa filhos que dependiam dele), a maior falta de consideração que uma pessoa pode ter com as que a amam e lhe querem bem.

Depois que o Ligesh se suicidou, houve boatos que o real motivo de ele tirar a própria vida nem seria a falha do sistema dele; qualquer profissional da área sabe que por mais assustadora que seja a perspectiva, são ossos do ofício. Ao contrário, seria uma consequência do suicídio da mãe e da irmã, ocorrido anos antes (cinco anos antes, segundo algumas fontes).

Abreviar a vida — a própria ou a de terceiros — não soluciona problema algum

Não importa quantos problemas a pessoa tenha, nada justifica ser cuzão a ponto de tirar a própria vida, ou a de terceiros.

É claro que cada um tem o direito de fazer o que quiser da própria vida, inclusive tirá-la. E eu tenho o direito de achar que matar ou matar-se por não saber lidar com os problemas é uma atitude vil, covarde e egoísta.

Por fim, todo meu respeito e minhas reverências à dor de todas as famílias que em algum momento foram, estão sendo, ou venham a ser agredidas por algum cuzão suicida.

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Fontes: Arial, Verdana, Sans Serif

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