#365Posts – O câncer dos comentários em grandes sites

Ultimamente, mais do que nunca, tenho absorvido informação pelo Twitter (a maior parte) e pelo Google Reader (uma parcela bem menor). Raramente visito um site de notícias, ou mesmo os meus blogs favoritos, por um motivo extremamente simples: os comentaristas são algo entre nojentos e abjetos.

Não sei de onde vem essa tendência que as pessoas exibem de atacar tudo e todos, de criticar sem nem ao menos ler o que estão atacando (parece que querer que leiam e entendam é pedir demais). Mas tenho três teorias que explicariam o fenômeno.

Inveja e despeito

Os assim chamados “trolls”, me parecem, são caracterizados por um sentimento imenso de inveja e despeito pelo talento alheio. Incapazes de produzir nada, incapazes de dar ao mundo o que quer que seja, e incomodados com sua submediocridade, em vez de fazer um esforço que seja para melhorar o seu próprio nível e superar a si mesmos como fazem as pessoas bem sucedidas, eles preferem atacar aqueles que não têm medo de dar a cara a tapa, e dizer o que pensam.

Carência afetiva crônica

Por outro lado, essas pessoas sabem, porque quase sempre são inteligentes e articuladas, que seus ataques resultarão em um contra-ataque, que suas porradas renderão mais porradas ainda. Ora, qualquer um que tenha lido um livro de autoajuda na vida já tem conhecimentos suficientes em psicologia para saber que até mesmo um tapa na fuça é melhor do que o desprezo. Essa gente sabe disso, e procura com suas próprias mãos meios de levar ódio e repulsa, porque acham que é melhor ser odiados do que ignorados.

Na mesma teoria enquadro aquelas pessoas que precisam falar alguma coisa, mesmo sem ter nada a dizer. São aqueles que não têm amigos, não veem garotas, nem gente morta caindo ao chão. Todos já lhes abandonaram, devido à sua chatice ou rabugice, e eles então vão para onde tem gente e onde encontram a possibilidade de se manifestar, para escrever qualquer bosta que lhes dê na telha.

Só isso, por exemplo, para justificar que qualquer notícia sobre, por exemplo, a temperatura no Rio de Janeiro, descambe para discussões absurdas sobre paulistas x cariocas, royalties do pré-sal, criminalidade e depressão causada por concreto.

Doença mental

Minha derradeira teoria pode ser simplista demais, mas não o suficiente para eu abortá-la: talvez o que leve essa gente a defecar verbalmente em qualquer área de comentários que encontre pela frente seja o fato de eles serem mentalmente prejudicados, intelectualmente lesados, tenham necessidades especiais não diagnosticadas, caso em que — como se age com relação a qualquer retardado — a única coisa sensata a se fazer é usar galochas para não molhar os pés em sua baba e tentar ignorar o seu mau cheiro.

Como combater os comentaristas mala

Infelizmente, não há muitas maneiras efetivas de se combaterem os comentaristas mala, já que não é permitido sair com um arco e flechas embebidas em veneno alvejando-os à distância, para depois pendurar as cabeças decepadas do corpo na ponta de uma lança, na entrada da cidade. Pelo menos, é o que eu tenho vontade de fazer, confesso, quando me deparo com gente mais prepotente do que eu.

Assim, só nos restam medidas paliativas, tais como:

• ignorar o filho da puta completamente;
• usar de artifícios que ocultem os comentários nos grandes sites;
• não visitar os sites mais problemáticos.

Se a pessoa tiver um site ou blog (como eu, que tenho vários) ainda existe a possibilidade de moderar todos os comentários. É o que eu faço. Porém, em sites de muita visitação torna-se inviável, impossível até, essa moderação prévia.

Não alimente os trolls

Um conselho politicamente correto que circula na Internet desde os seus primórdios é o de não alimentar os trolls. Baseia-se no fato de que uma pessoa inconveniente se for totalmente ignorada vai cansar de defecar na mesa de centro dos outros, e num momento qualquer ela dará o fora.

Lindo na teoria, mas na prática poucos se dão conta desta possível verdade, e se eu e você nos recusarmos a alimentar os trolls, sempre haverá dezenas de recém chegados que pensarão que seu primeiro comentário num blog de tecnologia vai ser o que vai salvar a alma dos retardados agressivos travestidos de intelectualóides.

Assim, continuo preferindo me informar pelo Twitter, porque escolho quem vou seguir, e só sigo gente boa e inteligente, quase sem a presença deste tipo de inconveniente.