#365Posts – O que há de ser do email?
Todos nós sabemos que a tecnologia só evolui para que seja mais fácil de as pessoas consumirem pornografia. Foi assim que surgiu tudo o que conhecemos de moderno (hoje ou em outros tempos), e todos os demais benefícios da evolução tecnológica são meramente efeitos secundários, coadjuvantes, usos para os quais a tecnologia também pode ser útil.
A Internet comercial amplamente disponível em todos os lares (mais ou menos, eu sei) é um fenômeno recente, mas desde a década de 1960 que ela existe com o principal intuito de permitir troca de mensagens entre máquinas da rede. No decorrer das décadas muitos serviços e protocolos praticamente se extinguiram — a maioria das pessoas, mesmo as da minha geração, nunca ouviram sequer falar de gopher (link para a Wikipédia em Inglês) — mas o correio eletrônico continua aí, firme e forte.
Por um lado, parece que a Internet está resumida hoje ao Feice e a mania das pessoas de compartilharem fotos de crianças mutiladas e de bichinhos estraçalhados, mas como profissional da área posso dizer que lá é onde tem muita gente produzindo muito conteúdo efêmero, e onde antigos amigos e parentes podem se reencontrar e saber da vida uns dos outros.
Por outro lado, pessoas continuam fazendo fortunas na Internet, fazendo dela meio de vida (eu, por exemplo), e para muitas dessas o email foi, é e continuará sendo uma das principais ferramentas.
Spam, golpes e embustes
Muita gente já profetizou o fim do correio eletrônico embasado na quantidade de lixo que circula neste meio: desde propaganda não solicitada até propostas mirabolantes de “príncipes africanos” precisando de ajuda para salvar a fortuna da família.
Entretanto, essas iniciativas fraudulentas (ou não, mera propaganda não pode ser considerada golpe, embora encha muito o saco) persistem e perseveram por um único motivo: elas funcionam.
Gente como eu não tem saco para propaganda, e quando esse tipo de mensagem aparece é automaticamente que a gente marca como spam, para não ter mais que ver o mesmo lixo pela frente tão cedo. Mas nós somos minoria: a maioria das pessoas fica é feliz ao receber uma propaganda, e se o produto ou serviço anunciado for minimamente do agrado da pessoa, ela vai no mínimo cogitar a aquisição.
As vantagens do email
O email tem um apelo que nenhuma outra mídia vai conseguir reproduzir, imagino: ele é totalmente assíncrono (cada um lê os seus emails e responde independente de a outra parte estar online naquele momento), é relativamente barato (os custos são diluídos, e quem envia emails individualmente sequer se dá conta que eles existem), e é algo bem próximo do permanente.
É por isso que eu acho que o email nunca vai acabar.
Existem diariamente novas ferramentas surgindo para tornar mais simples e barato o envio de mensagens em massa (como o Sendy, por exemplo, que permite o envio de newsletters com custo até 100x mais baixo), bem como os serviços de detecção de mensagens duvidosas vão ficando mais sofisticados e espertos, proporcionando uma experiência cada vez mais confortável para o usuário.
Não sou muito dado a exercícios de futurologia, mas acho que esta previsão é meio que bater em bêbado, né?
Oi Janio, parabés pelo blog. Sempre que preciso de inspiração para escrever, venho aqui.
E a propósito, eu concordo com você sobre o fim do email.