“O Rock que Existe em Mim”

Um dos maiores problemas de se morar no interior de São Paulo é a quase onipresença do “sertanejo universitário” (que eu queria que fosse da UnB, assim já teria sido transmutado em gato há muito tempo). Por mais que você queira fugir dele, os vizinhos não querem, os estabelecimentos comerciais tampouco, e as emissoras de rádio apenas fazem tentar agradar a maior parte de sua potencial audiência.

Há coisa de algumas semanas a Kiss FM passou a transmitir localmente aqui onde moro (Ribeirão Preto), e que grata surpresa ter uma rádio que toca rock’n’roll durante toda sua programação. Naturalmente, passou a ser a principal emissora sintonizada no rádio do carro. Sim, eu gosto de ouvir rádio, e acho que as FMs são uma excelente fonte de entretenimento, informação e cultura.

Uma das chamadas da rádio exorta os ouvintes a compartilharem áudios de Whatsapp contando como eles descobriram o Rock que existe em si. Eu nunca que vou mandar um áudio para lá, mas uso do meu espaço para contar como foi que aconteceu comigo.

Não sei o ano. Acho que era 1984 (eu tinha 11 para 12 anos, portanto). Okay, quem estou tentando enganar? O ano era 1985, eu tinha 12 para 13 anos, portanto. Era uma tarde qualquer, e eu estava em casa zapeando pelos quatro canais que “pegavam” no nosso velho televisor preto e branco. De repente uma música com riffs de guitarra muito característicos, um videoclipe carregado de computação gráfica, com gráficos poligonais tridimensionais que, à época, eram incríveis. Apesar de meu Inglês, à época, ser o que se aprendia nas aulas da sétima série, a dicção do vocalista era absolutamente compreensível, e eu podia entender o seu significado.

Estou falando de Money for Nothing, dos Dire Straits. Aperte o “play” no vídeo abaixo (não sei como aparece para quem recebe o conteúdo por email) e continue a leitura.

A música retrata o ponto de vista de uma pessoa (que hoje em dia deve ser um velho eleitor do Trump ou da bolsa de colostomia falante) que trabalha em uma loja de eletrodomésticos e considera que os artistas ganham dinheiro fácil (daí o “money for nothing”) enquanto ele desempenha um trabalho de verdade e não é remunerado adequadamente.

O fato é que aquela música riquíssima despertou o que a Kiss FM chama de “o Rock que existe em mim”. Naquele momento eu entendi que não interessava mais nada no mundo, aquele seria, provavelmente, meu estilo musical favorito.

E você? Como descobriu o Rock que existe em si?

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2 comentários
  • Israel Cefrin Responder

    Eu tinha um amigo que me emprestou o vinil dessa música (aquela da capa azul e a guitarra prateada). Aliás , esse foi depois o primeiro CD de música que comprei na vida. Dire Straits foi minha primeira influência de rock também.

    • Janio Sarmento Responder

      Bem dizem que great minds think alike 🙂

Responder Israel CefrinMenu

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