Paciente de púrpura pode tomar antibiótico?

A resposta curta para a pergunta do título desta matéria é sim: o paciente de púrpura pode tomar antibiótico. Entretanto, alguns esclarecimentos adicionais se fazem necessários, pois os antibióticos por si mesmo já são um potencial problema se utilizados por automedicação.

O maior medo que uma pessoa com PTI enfrenta, sem dúvida, é o de fazer alguma coisa que venha a baixar a contagem de plaquetas em seu sangue. Das primeiras coisas que ela vai pesquisar vai ser que alimentos têm este efeito no organismo, para cortar o seu consumo e diminuir os riscos inerentes à sua condição.

O mesmo se dá com outras substâncias, não só os alimentos, o que inclui aí as medicações.

No caso do antibiótico o assunto é um pouco mais complicado por dois motivos:

1. o tratamento da púrpura consiste, necessariamente, em deprimir o sistema imunológico da pessoa; assim, as defesas naturais do organismo ficam enfraquecidas, e em casos mais graves não será nem uma questão de “poder” tomar antibiótico, mas sim de precisar tratar-se com este tipo de remédio;
2. o mau uso de antibióticos é um risco para a saúde da pessoa e também da saúde pública, uma vez que seu uso indiscriminado pode levar à geração de “superbactérias”, ou seja, modificações genéticas naturais das bactérias que se tornam potencialmente indestrutíveis.

Assim sendo, qualquer pessoa — com ou sem PTI — deve fazer uso de antimicrobianos (termo mais abrangente e mais adequado do que o popular “antibiótico”) estritamente de acordo com as instruções do médico.

Isso implica que tem que haver receita médica para a pessoa fazer tratamento com antimicrobianos, o que não significa muito para quem vende remédios pelo mercado clandestino.

O paciente deve observar rigorosamente o tempo de tratamento (nem mais, nem menos), a dosagem, e o que mais o médico indicar. Só assim o tratamento será seguro, diminuindo ou anulando o risco de vir a experimentar efeitos indesejados e potencialmente perigosos do uso de antimicrobianos.